A PRÁXIS DA COSMOVISÃO AFRICANA NO ENSINO DE MATEMÁTICA
Resumo
O artigo visa problematizar os processos de subjetivação e modelos cognitivos próprios da cultura colonial-ocidental e imbricado nas práxis do ensino de matemática. Dialogando com alguns aportes da forma cultural ocidental e da forma cultural africana, objetiva estabelecer uma crítica epistemológica ao ensino de matemática a partir de pressupostos que emergem da cosmovisão africana. Contextualizando a forma de matematizar africana originada no antigo Egito e a notória negação da africanização da civilização egípicia na história da matemática, o artigo resulta de dados produzidos em pesquisa histórica e examina os enunciados presentes em falas de professores de matemática acerca das práticas curriculares no ensino de matemática, indicando possibilidades de africanizar esse ensino de maneira a (re)integrar a matemática ao contexto cultural, incentivando o desenvolvimento de outras práxis que se (re)aproximam afetos, desejos e paixões cotidianas que a razão grega nos distanciou. O trabalho conclui apontando para a necessidade de o ensino de matemática valorizar a abordagem empírica (re)aproximando-o da racionalidade matemática que antecedeu a ascensão da razão grega, num movimento epistemológico de africanização, de descolonização cultural e ruptura eunocêntrica.
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PDFISSN Impresso: 1414 - 5057
ISSN Eletrônico: 2317 - 7756